à tua memoria Pai
a quem tantas vezes ouvi este provérbio


Plantadores de Amanhã, Semeadores de Futuro


Oliveira, a de meu avô
; figueira
, a de meu pai; e vinha, a que eu puser.

Provérbio Português e a generosidade

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É preciso e urgente fazer avançar pelos caminhos da Liberdade e da verdadeira Democrecia os filhos e filhas de Portugal : o seu Povo na sua vida de Cidadãos, de Cidadãs, activos e participantes. Conto com a vossa amizade e colaboração, com vossos textos, filmes, fotos, esquemas, gráficos ou outros. A sensibilidade popular tem que despertar, por um Mundo Novo, por um Portugal Novo, Vamos olhar em frente. Que o passado seja apenas o trampolim para o Futuro



Marília Gonçalves


Avancem com os vossos textos Amigos
colaboradores do Blogue
com o abraço fraterno
Marilia


terça-feira, 4 de maio de 2010

Na Idade dos Porquês?








Na Idade dos Porquês

Professor diz-me porquê?
Por que voa o papagaio
que solto no ar
que vejo voar
tão alto no vento
que o meu pensamento
não pode alcançar?

Professor diz-me porquê?
Por que roda o meu pião?
Ele não tem nenhuma roda
E roda gira rodopia
e cai morto no chão...

Tenho nove anos professor
e há tanto mistério à minha roda
que eu queria desvendar!
Por que é que o céu é azul?
Por que é que marulha o mar?
Porquê?
Tanto porquê que eu queria saber!
E tu que não me queres responder!

Tu falas falas professor
daquilo que te interessa
e que a mim não interessa.
Tu obrigas-me a ouvir
quando eu quero falar.
Obrigas-me a dizer
quando eu quero escutar.
Se eu vou a descobrir
Fazes-me decorar.

É a luta professor
a luta em vez de amor.

Eu sou uma criança.
Tu és mais alto
mais forte
mais poderoso.
E a minha lança
quebra-se de encontro à tua muralha.

Mas
enquanto a tua voz zangada ralha
tu sabes professor
eu fecho-me por dentro
faço uma cara resignada
e finjo
finjo que não penso em nada.

Mas penso.
Penso em como era engraçada
aquela rã
que esta manhã ouvi coaxar.
Que graça que tinha
aquela andorinha
que ontem à tarde vi passar!...

E quando tu depois vens definir
o que são conjunções
e preposições...
quando me fazes repetir
que os corações
têm duas aurículas e dois ventrículos
e tantas
tanta mais definições...
o meu coração
o meu coração que não sei como é feito
nem quero saber
cresce
cresce dentro do peito
a querer saltar cá para fora
professor
a ver se tu assim compreenderias
e me farias
mais belos os dias.

ALICE GOMES




Viva o PSD e Viva o 25 de Abril
Ouve-se muitas vezes dizer que o povo português é mais expansivo que o francês mas eu nem sempre estou de acordo. Não estou sempre de acordo e, por exemplo, as festividades a que assisti este ano em Portugal para comemorar o 25 de Abril vieram ao encontro deste desacordo porque poucas dezenas de anos após o 25 de Abril, uma data histórica relevante, não me apercebi de grande alarido dos portugueses para festejarem esta data quando em França, para se festejar o 14 de Julho, uma data que se recorda desde 1789, festeja-se com mais relevo por todo o território nacional.
Ainda cheguei a pensar que este ano, tendo em conta o centenário da implantação da Republica portuguesa, o 25 de Abril iria tomar um significado maior e esperava ver festa e cravos vermelhos, oferecidos ou vendidos, e ver tudo que é animação desfilar pela vila numa alegria contagiosa e desbordante até às aldeias. Ainda que uma data não tenha nada a ver com a outra, os ideais que os revolucionários do 25 de Abril defendiam não eram muito distanciados dos ideais dos Republicanos de 1910 e, em 1974, os ideais da Republica estavam entre parênteses e mesmo se se continuava a chamar Presidente da Republica ao chefe do Estado todos sabiam que a Republica estava em maus lençóis.
Quando em França se festejou o Bicentenário do 14 de Julho, em 1989, o espectáculo tomou proporções culturais a que ninguém podia ficar indiferente... Não vamos reivindicar um espectáculo assim, que envolve custos muito elevados, em período de crise; mas pensava que para o Centenário da Republica portuguesa os espectáculos fossem de assinalar por todo o país e que para este aniversário do 25 de Abril se desse uma maior dimensão com uma visibilidade que também pudesse atingir Arcos de Valdevez que, decerto, teve mais gente implicada na implantação da Republica do que o que as nossas gentes de hoje sabem e deveríamos fazer tudo para não apagar a história...
Ficamos com o agrado das intervenções feitas na Assembleia da Republica transmitidas em directo pela televisão mesmo se o termo agrado decerto não agradará a todos porque haverá sempre os que dizem que não nos podemos satisfazer só de palavras. Portanto aqui houve palavras fortes! Não de arrepio, mas fortes! É verdade que por vezes o sentido de humor atenuava a gravidade. Além disso, quando ouvíamos os textos e verificávamos o lado da bancada de onde as palavras eram proferidas, ficávamos baralhados... Então não era o delegado do PSD, com o seu cravo rubro na lapela, que fazia citações de Rosa Luxemburgo e de Lenine que parecia estarmos durante os discursos inflamados do pós imediato 25 de Abril de 1974? Nem o PC, nem o Bloco de Esquerda, no contexto presente, ousam já formular discursos assim com estas citações! Depois o cravo vermelho ostentado e aquela reivindicação de que a flor simbólica do 25 de Abril não tem pertença ideológica, assim como os ideais de Abril, e que todo este conjunto de símbolos é pertença de todos os portugueses, deixou-me varado! Se não fosse a minha teimosia em querer manter um espírito liberto de pressões partidárias, este discurso levar-me-ia directo à sede do PSD para uma adesão imediata porque, de facto, desde a primeira hora sempre apoiei os ideais de Abril...
Será a mudança ideológica do PSD factual ou será o discurso um discurso de oportunidade? Em todo o caso, ao ouvir aquele brilhante discurso, tive vontade de gritar: Viva o PSD, Viva o 25 de Abril! Depois desci à minha infância e recordei um dos primeiros poemas, de Alice Gomes, de 1946, intitulado “Na Idade dos Porquês” e pensei: como é possível ficarmos, ou pensarem que ficamos, na idade dos porquês?


José Barros, Abril de 2010




Não lhe dou cravos dou rosas
São flores do seu quintal
Os lírios para a saudade
Dos tempos daquela idade
Dos cravos em Portugal



(enviado pelo colaborador do Blogue José Barros)

1 comentário:

Marília Gonçalves disse...

Meu Caro Amigo

deve recordar-se como eu que o PSD logo apôs o 25 de Abril tinha outro nome PPD
e que nos tempos que de imediato seguiram o jogo democrático era dificultado para esse partido, dirigido pelo malogrado Sá Carneiro, porque o seu nome que o queiramos quer não andava associado ao Governo de Caetano, é verdade que Sá Carneiro se opôs publicamente a medidas mas cruéis para com os povos das eis colónias, mas para os ânimos populares acasos ( e ainda assim não tanto) como em qualquer revolução em qualquer pais do Mundo, não permitia comícios do PPD.
porquê a mudança de nome? Mais um modo de camuflagem? com que intento? Limpar a sombra que pairava do governo fascista?
Esse Povo de Abril, recto, justo, mas nunca sangrento onde se encontra hoje?
Que parábolas, que historietas lhe adormeceram a consciência?
A essa letargia se deve o pouco festejado que foi Abril principalmente a nível oficial!
Os Governantes detentores de todas as formas de informação, controlam-na, espoliando o povo do direito à verdade.
Os Jornalistas talvez que se os deixassem cumprissem com deu dever informativo. Vamos todos ter que ousar!
A todas as profissões, a cada cidadão cabe dizer a verdade a alto e bom som!
Para que a lei não mais seja a da banca e do dinheiro; mas a da Dignidade, da Solidariedade e da Fraternidade
só Assim reencontremos um Portugal de irmãos a caminho dum futuro próspero por caminhos de esperança e alegria
abraço amigo e penso que é levantando questões deste tipo que poderemos todos sem excepção compreender que a politica é cada acto de cada dia que vivemos. Falar sobre a vida e as suas dificuldades é Politica!

Marília Gonçalves