à tua memoria Pai
a quem tantas vezes ouvi este provérbio


Plantadores de Amanhã, Semeadores de Futuro


Oliveira, a de meu avô
; figueira
, a de meu pai; e vinha, a que eu puser.

Provérbio Português e a generosidade

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Apelo aos colaboradores do Blogue



Amigas, Amigos

É preciso e urgente fazer avançar pelos caminhos da Liberdade e da verdadeira Democrecia os filhos e filhas de Portugal : o seu Povo na sua vida de Cidadãos, de Cidadãs, activos e participantes. Conto com a vossa amizade e colaboração, com vossos textos, filmes, fotos, esquemas, gráficos ou outros. A sensibilidade popular tem que despertar, por um Mundo Novo, por um Portugal Novo, Vamos olhar em frente. Que o passado seja apenas o trampolim para o Futuro



Marília Gonçalves


Avancem com os vossos textos Amigos
colaboradores do Blogue
com o abraço fraterno
Marilia


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eyjafjallajökull

Eyjafjallajökull




EYJAFJALLAJOKULL




O nome do vulcão que está a causar estes problemas todos no tráfego aéreo
europeu é Eyjafjallajökull (quero ver quem tem coragem para pronunciar este
nome), que em islandês significa : estamos arranjados !
algumas explicações do acontecimento aqui:
http://astropt.org/blog/2010/04/15/eyjafjallajokull/


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"Um espectro paira na Europa, é o espectro do comunismo". Começa assim o Manifesto de Marx e de Engels. Desta vez, porém, o espectro é outro: é o da crise geral do capitalismo, a qual, longe de ter acabado ou, sequer, amainado, demonstra uma agressividade...


> "Um espectro paira na Europa, é o espectro do comunismo". Começa assim o Manifesto de Marx e de Engels. Desta vez, porém, o espectro é outro: é o da crise geral do capitalismo, a qual, longe de ter acabado ou, sequer, amainado, demonstra uma agressividade arrepiante. A Europa está a sentir, porventura de forma mais atroz, as parcelas dessa crise. O caso grego é exemplar porque se vai continuar em outros países, deixando um rasto de pavor, de susto e de miséria.
>
> Esta crise, aliás, demonstrou, uma vez mais que a Europa social e solidária é um mito e uma aldrabice que alguns tentam manter através de remendos. As generosas ideias daqueles que pensaram num continente forte, coeso e unido, goraram-se com fragor. E acontece um porém: os actuais dirigentes europeus não possuem estatura de estadistas nem estirpe de líderes. A luta de poder inclina-se, cada vez mais, para a Alemanha, e esvai-se o conceito de orientação tripartida, com a França e a Itália nas outras pontas.
>
> A senhora Merkel não está propriamente hipotecada à inteligência, e tanto Sarkozy como Berluscoli não são de tomar a sério, embora tenham desgraçado os seus países e uma certa ideia de Europa. A birra da dirigente alemã, quanto a apoiar a Grécia é significativa do mal-estar que se oculta em discursos muito inflamados e vazios de conteúdo. Sejamos sérios: a União Europeia é uma ruína, e as ameaças externas que sobre os seus restos pairam não são despiciendos. Nem os Estados Unidos e muito menos as grandes multinacionais alguma vez estiveram interessados na existência de um bloco económico e financeiro forte e representativo.
> As agências de informação e de espionagem há muito que actuam para o fim do projecto. E a crise financeira norte-americana que, por arrasto, afectou algumas economias mundiais, não todas, não vê com bons olhos o reerguer europeu.
>
> A birra de Merkel só o é porque outros interesses a apoiam e incitam. Ao bater o pé à ajuda à Grécia ela adverte da impossibilidade de acorrer a outras crises, ao mesmo tempo que vai avisando quem é que manda por aqui. E o pobre do Durão Barroso, que teria, acaso possuísse o porte de político sólido, a oportunidade de mostrar carácter e decisão, escoa-se em discursos vagos e tristes.
>
> Portugal está na decorrência desta crise e, talvez, no olho da tempestade. A gravidade da situação tem-nos sido dissimulada, tanto pelo primeiro-ministro como pelo ministro das Finanças, embora fiscalistas e economistas da importância de Medina Carreira, Silva Lopes, Hernâni Lopes ou Octávio Teixeira tenham vindo a público dizer-nos que o rei vai nu.
>
> Uma situação desta natureza e gravidade exige um lato entendimento entre todos os partidos, todos sem excepção. O encontro entre Passos Coelho e Sócrates pode ter utilidade prática, mas é, notoriamente, escasso, se forem excluídos das conversações o PCP, o Bloco de Esquerda e o CDS. Mesmo assim, penso que o Governo deveria alargar o leque de opiniões, convidando para um debate mais amplo não apenas economistas mas outros sábios dos diferentes sectores do conhecimento, inclusive antigos Presidentes da República.
>
> Muito se tem falado, com grave assunção ou displicente verbo, das ameaças à democracia. Elas estão em toda a parte. Sabe-se que esta crise violenta do capitalismo não se conclui mantendo tudo na mesma. E é essa perspectiva de alteração e de mudança do sistema que preocupa quem dele vive: as transnacionais, cujo poder é muito superior ao dos Governos, e não estão dispostas a ceder, sem luta feroz, os seus privilégios, que aumentaram exponencialmente, com a globalização e a implosão do comunismo.
>
> Portugal é outra experiência, como o foi no 25 de Abril e no que se seguiu ao processo revolucionário. Um laboratório de ensaios implacáveis, exactamente por ser o elo mais fraco. Medina Carreira, há meses, esclareceu, com a autoridade que se lhe reconhece e a coragem exemplar que demonstra, a natureza do que se preparava para o nosso país. Acrescido, obviamente, a torpe incompetência e da sobranceria sem par de quem tem dirigido Portugal nos últimos tempos. Foi taxado de pessimista. Ele só dizia a verdade que se nos ocultava. O resultado está à vista e tudo indica que as coisas vão ser muito piores. Sobretudo para as classes mais desfavorecidas.

Numa época e num País onde dominam os valores do consumismo, e onde "gestores" auferem vencimentos escandalosos e bónus obscenos, que respostas é possível dar, com a urgência e a proficiência necessárias? Não se trata, aqui, de manter ou de sustentar o Governo de Sócrates. Trata-se, isso sim, de recusar a humilhação que se nos prepara. Há que tocar a reunir.

b.bastos@netcabo.pt


(enviado pelo colaborador do blogue Manuel Madeira)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Luta, substantivo feminino


Luta, substantivo feminino

ABONG *


Livro:
Desde que a ditadura militar brasileira acabou (1985), grupos de direitos
humanos e entidades que reúnem ex-presos(as) políticos(as) e familiares de
mortos(as) e desaparecidos(as) se esforçam por reconstruir a história deste
triste período. Este esforço é muitas vezes prejudicado pela falta de
informações oficiais sobre o funcionamento e ações dos órgãos de repressão,
já que o Brasil, diferente de outros países que passaram por situações
políticas semelhantes, não abriu os arquivos da ditadura.

Ainda hoje, as famílias e amigos(as) de 159 desaparecidos(as) políticos
buscam informações que reconstituam os episódios em que essas pessoas foram
mortas e levem a seus restos mortais. Algumas iniciativas de setores do
governo, sendo a mais recente delas o texto do Plano Nacional de Direitos
Humanos III, procuram instituir comissões de apuração e busca de documentos
e vestígios dos(as) desaparecidos(as), mas ainda enfrentam reações dos
setores militares e conservadores em geral.

Lançado em 25 de março deste ano, em um debate na PUC-SP, o livro "Luta,
substantivo feminino: Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na
resistência à ditadura", parceria entre a Secretaria Especial de Direitos
Humanos e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, é uma dessas
iniciativas. Coordenada por Tatiana Merlino e Igor Ojeda, jornalistas, a
publicação traz 45 perfis de mulheres assassinadas ou desaparecidas durante
a ditadura militar, além de 27 depoimentos de sobreviventes que, por
pertencerem à organizações de oposição ao regime, foram presas e torturadas.


O livro é a terceira publicação derivada do relatório: Direito à memória e à
verdade, que traz as histórias de vida, militância e morte das 436 pessoas
que assassinadas e desaparecidas por questões políticas entre 1964 e 1985. A
primeira reúne perfis dos(as) quarenta afrodescendentes mortos(as) pela
ditadura e a segunda foca nas violações cometidas pelo regime militar contra
crianças e adolescentes.

Disponível integralmente para leitura no endereço:
http://portal.mj.gov.br/sedh/livromulheres.pdf, Luta, substantivo feminino
é, nas palavras do ministro Paulo Vanucchi, uma forma de jogar "luzes sobre
uma história que o Brasil não deve apagar da memória".

Leia abaixo alguns dos depoimentos presentes no livro:

"Muitos deles vinham assistir para aprender a torturar. E lá estava eu, uma
mulher franzina no meio daqueles homens alucinados, que quase babavam. Hoje,
eu ainda vejo a cara dessas pessoas, são lembranças muito fortes. Eu vejo a
cara do estuprador. Era uma cara redonda. Era um homem gordo, que me dava
choques na vagina e dizia: 'Você vai parir eletricidade'. Depois disso, me
estuprou ali mesmo. Levei muitos murros, pontapés, passei por um corredor
polonês. Fiquei um tempão amarrada num banco, com a cabeça solta e levando
choques nos dedos dos pés e das mãos. Para aumentar a carga dos choques,
eles usavam uma televisão, mudando de canal, 'telefone', velas acesas,
agulhas e pingos de água no nariz, que é o único trauma que permaneceu até
hoje. Em todas as vezes em que eu era pendurada, eu ficava nua, amarrada
pelos pés, de cabeça para baixo, enquanto davam choques na minha vagina,
boca, língua, olhos, narinas. Tinha um bastão com dois pontinhos que eles
punham muito nos seios. E jogavam água para o choque ficar mais forte, além
de muita porrada. O estupro foi nos primeiros dias, o que foi terrível para
mim. Eu tinha de lutar muito para continuar resistindo. Felizmente, eu
consegui. Só que eu não perco a imagem do homem. É uma cena ainda muito
presente. Depois do estupro, houve uma pequena trégua, porque eu estava
desfalecida. Eles tinham aplicado uma injeção de pentotal, que chamavam de
'soro da verdade', e eu estava muito zonza. Eles tiveram muito ódio de mim
porque diziam que eu era macho de aguentar. Perguntavam quem era meu
professor de ioga, porque, como eu estava agüentando muito a tortura, na
cabeça deles eu devia fazer ioga. Me tratavam de 'puta', 'ordinária'. Me
tratavam como uma pessoa completamente desumana. Eu também os enfrentei
muito. Com certa tranquilidade, eu dizia que eles eram seres anormais, que
faziam parte de uma engrenagem podre. Eu me sentia fortalecida com isso, me
achava com a moral mais alta.

[DULCE MAIA, ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), era
produtora cultural quando foi presa na madrugada de 26 de janeiro de 1969,
em São Paulo (SP). Hoje, vive em Cunha (SP), é ambientalista, dirige a ONG
Econsenso e é cogestora do Parque Nacional da Serra da Bocaina].

"Quando fui presa, minha barriga de cinco meses de gravidez já estava bem
visível. Fui levada à delegacia da Polícia Federal, onde, diante da minha
recusa em dar informações a respeito de meu marido, Paulo Fontelles, comecei
a ouvir, sob socos e pontapés: 'Filho dessa raça não deve nascer'. Depois,
fui levada ao Pelotão de Investigação Criminal (PIC), onde houve ameaças de
tortura no pau de arara e choques. Dias depois, soube que Paulo também
estava lá. Sofremos a tortura dos 'refletores'. Eles nos mantinham acordados
a noite inteira com uma luz forte no rosto. Fomos levados para o Batalhão de
Polícia do Exército do Rio de Janeiro, onde, além de me colocarem na cadeira
do dragão, bateram em meu rosto, pescoço, pernas, e fui submetida à 'tortura
cientifica', numa sala profusamente iluminada. A pessoa que interrogava
ficava num lugar mais alto, parecido com um púlpito. Da cadeira em que
sentávamos saíam uns fios, que subiam pelas pernas e eram amarrados nos
seios. As sensações que aquilo provocava eram indescritíveis: calor, frio,
asfixia. De lá, fui levada para o Hospital do Exército e, depois, de volta à
Brasília, onde fui colocada numa cela cheia de baratas. Eu estava muito
fraca e não conseguia ficar nem em pé nem sentada. Como não tinha colchão,
deitei-me no chão. As baratas, de todos os tamanhos, começaram a me roer. Eu
só pude tirar o sutiã e tapar a boca e os ouvidos. Aí, levaram-me ao
hospital da Guarnição em Brasília, onde fiquei até o nascimento do Paulo.
Nesse dia, para apressar as coisas, o médico, irritadíssimo, induziu o parto
e fez o corte sem anestesia. Foi uma experiência muito difícil, mas fiquei
firme e não chorei. Depois disso, fi cavam dizendo que eu era fria, sem
emoção, sem sentimentos. Todos queriam ver quem era a 'fera' que estava
ali".

[HECILDA FONTELLES VEIGA, ex-militante da Ação Popular (AP), era estudante
de Ciências Sociais quando foi presa, em 6 de outubro de 1971, em Brasília
(DF). Hoje, vive em Belém (PA), onde é professora do curso de Ciências
Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA)].


* Associação Brasileira de Organ
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terça-feira, 13 de abril de 2010

Mia Couto - Poeta Moçambicano POBRES DOS NOSSOS RICOS


Pobres dos nossos ricos

Mia Couto - Poeta Moçambicano

POBRES DOS NOSSOS RICOS

A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.


Mas ricos sem riqueza.


Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.


Rico é quem possui meios de produção.


Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.


Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. ou que pensa que tem.

Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".


Aquilo que têm, não detêm.



Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.


É produto de roubo e de negociatas.


Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.


Vivem na obsessão de poderem ser roubados.


Necessitavam de forças policiais à altura.


Mas forças policiais à altura acabariam por lança-los a eles próprios na cadeia.



Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.



Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem (...)






MIA COUTO




ENVIADO PELO COLABORADOR DO BLOGUE
MANUEL MADEIRA
(poeta, cineasta, jornalista e colaborador da Revista Latitudes
Cahiers Lusophones)


A LUTA CONTINUA


Porque

25 de ABRIL de 1974

e...

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Camões

segunda-feira, 12 de abril de 2010

1° de Maio Dia do Trabalhador


1° de Maio Dia do Trabalhador

1°de Maio de tanto trabalhador...

trabalhador e de trabalho negado

1° de Maio de sangue e de suor

pelo pão sempre contado

1° de Maio de Alentejos de searas

Marinhas Grandes de batalhas contra os Párias

desse Maio que vai de Norte a Sul

nesse negrume que cobre o céu azul

1° de Maio de ceifeiras, pescadores

dos operários de cansaço e dissabores

1° de Maio para o povo português

que se desperta vai ser Maio cada mês

1° de Maio quando a mesa do ricaço

ostenta o luxo que é fruto do teu cansaço

1° de Maio que renasce cada ano

entre promessas e mentiras e engano

1° de Maio é tempo de despertar

o pão que é teu e que falta amadurar

1° de Maio de colheitas por fazer

do teu suor que não pára de correr

outros festejam entre risos, rendas vinho

faltas herdadas desde há muito em teu caminho

hoje é o dia de te ergueres contra a desgraça

que é bem maior do que o medo e a ameaça

Hoje é o Maio de sangue de Catarina

de ondas de sal que inundaram a campina

e desse mar de labutas luto e dores

triste quinhão da vida dos pescadores

Hoje é o Maio dos artistas operários

que erguem o mundo contra ventos que contrários

levam as casas e lhes deixam por abrigo

casas ao vento onde o mês é inimigo

de longos dias a contar o mês sem fim

enquanto ricos vivem sempre no festim!

Pois se hoje é Maio vamos todos despertar

todos nós temos o direito de sonhar

porque o trabalho foi regado com suor

todos fraternos renegamos o agressor!


Marília Gonçalves

sábado, 10 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ousar Ser Feliz no Trabalho



La communication avec Jacques Salomé
10 min - 6 Apr 2009
www.dailymotion.com






 

la communication avec Jacques Salomé


 
   
RELAÇÕES E AUTOCONHECIMENTO

Ousar Ser Feliz no Trabalho

Jacques Salomé e Christian Potié
 

Uma obra rigorosa, assente na realidade concreta e que se dirige a todos os que sentem a necessidade de melhor viver e ser feliz no trabalho.
 

Jacques Salomé, formador em relações humanas e autor da obra A Coragem de Ser Autêntico, e Christian Potié, consultor de empresas, aprofundaram o estudo efectivo das relações humanas na empresa, dando origem a esta obra rigorosa assente na realidade concreta que se dirige a todos os que sentem a necessidade de melhor viver e ser feliz no trabalho. Eles efectuam propostas e pontos referenciais acessíveis a todos, para a responsabilização dos seus postos e das suas funções, mas também para não permitir a morosidade, relações devoradoras de energias, sabotagens relacionais, ou autodestruição; em suma, para melhor se fazer respeitar e se respeitar a si próprio, condição sine qua non para dar à sua actividade profissional um sentido que ultrapasse o simples facto “de ser obrigado a ir ao trabalho, todos os dias, para ganhar o pão” e tornar possível o sonho de Ser Feliz no Trabalho.

O trabalho ocupa, no geral, a maior parte do tempo da nossa vida. Assim, a questão não se deve colocar apenas em relação ao valor financeiro que recebemos por esse tempo, mas quais as consequências dessa troca. Actualmente, não equacionamos bem esta questão, efectuando essa troca por um preço que influi profundamente nas nossas vidas pessoais, conjugais ou familiares...
 
AQUI

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Caixa de Pandora





A Caixa de Pandora


Quem abriu a caixa de Pandora
para que em simultâneo quase,
tantos males, tanto sofrimento
assole o Mundo?

Começando por HAITI,
inexplicável terremoto,
cuja causa obscura
está ainda por decifrar,
mas de trágicas consequências,
que se prolongam no tempo,
com as chuvadas
a agravar a vida
nas tendas improvisadas,
onde a fome
visita as vítimas a cada hora!

Talvez um dia
consigamos compreender
o inexplicável
que os próprios cientistas
não compreendem bem
prossigamos
pela nossa Pérola do Oceano,
A Madeira
correndo o mundo
catástrofe apôs catástrofe
só vimos dor, desolação.
o Chile com o horror destrutivo
do terremoto é ainda atingido
pelo Tsunami.
Portugal magoado,
desolado, interrompido
de norte a sul
terras já pobres,
arruinadas pelo abandono,
quem lhes acudirá
e àqueles que com parcos meios,
tal como na Madeira
mal vão saber como
reconstruir as casas
onde viviam
ou não poderão mesmo
construí-las de novo!
Apetece-me gritar,
mas nem posso ir para a rua,
também aqui
a tempestade aperta forte,
minha voz ficaria perdida
na voz dos ventos
aqui vou gritando neste silêncio da escrita...

blasfémia que seja,
grito contra esse deus,
que deixa ruir as casas
dos pobres e deixa morrer indefesos,
enquanto os ricos
permanecem ao abrigo
de todas as fúrias,
de tempestades e intempéries
em casas fortes e luxuosas!
A Minha dor pelos povos
é neste momento
muito maior que eu,
porque este rasgão
que me vai por dentro
de tanto ver sofrer
pode levar-me
aos confins de qualquer revolta!
Chega! podres senhores
detentores da vossa própria segurança,
do bem-estar dos vossos filhos.
A dor alheia, toda essa aflição
que vai pelo Mundo,
sois vós os seus maiores responsáveis!
talvez dos terremotos não tenhais culpa,
mas sim das agressões
permanentes à Natureza,
procurai vossa culpa na ganância
que vos habita,
nessa sede infinita
de ter cada vez mais!
e para quê?
Para dominar o Mundo!
e o mundo do trabalho,
reduzindo a escravos do vosso mal querer,
Homens produtivos e úteis,
enquanto vós não passais de répteis
ou de parasitas!
O vosso excesso causa-me nojo, náusea!
Que tendes de um Ser Humano
que vos alimentais de vossos semelhantes?!
Porque se julgam tão sábios
e poderosos têm andado a brincar
ao aprendiz feiticeiro,
tocaram em forças para vós desconhecidas
e a Natureza cega, vinga-se sobre os inocentes!

Mas um dia para a Natureza chegará vossa vez!
em Portugal
penedos que se desprendem
sem que se saiba se outros
com mais trágicos resultados
os vão ou não seguir
árvores derrubadas
um sem fim de tristeza
que vem ainda mais
empobrecer Portugal
aumentar sofrimento dum povo
que vivia abaixo do mais necessário.
E os mortos?
esses números frios que nos apresentam!
Sabem quem são esses mortos?
cada um deles era uma vida
que sonhava futuro,
construía esperanças,
e erguia de seu suor
as casas que habitavam?
Cada morto não é um número!
Era um ser Humano!
com direito a prosseguir a sua vida
seus projectos de vida,
de viver feliz
seus afectos e seus sonhos.
Não me falem mais do números de mortos
que é um insulto feito à vida!
E uma Criança?
que valor tem para vocês
Ó abutres, a vida pequenina?
que se extinguiu na culpa
da vossa indiferença
da vossa malfadada
cegueira!
Ofuscados que andam
pelo brilho falso do dinheiro e do Poder!
os vossos olhos
não têm pupilas, mas cifrões!
os vossos sentimentos para com o próximo?
inexistentes! tudo o que há em vós
é uma enferrujada caixa registadora,
que funciona mal nas contas que faz,
porque um dia vos vão sair contas furadas?
Ah pois quê!?
todos esses milhões contabilizados
para obras
em que os vão empregar?
na prioridade das habitações dos pobres
ou no luxo que salta à vista
e engana as próprias vítimas!
Vejam bem tudo o que fizeram,
tudo o que vão fazendo
de prejudicial e de nefasto!
mas seria interessante
que uma comissão internacional
se ocupasse de verificar
em que são utilizados esses dinheiros?!
Nas prioridades,
ou no que vos enche ainda mais os cofres?
E as prioridades ecológicas?
são tidas em linha de conta,
para que o mesmo cataclismo se não repita?
há técnicos com competência
para estudando os solos e sua configuração,
se reconstrua com segurança e eficácia
agora para finalizar
vou deixar aqui um provérbio dos Índios do Canadá:

Quando todas as árvores forem cortadas, quando todos os rios tiverem secado, quando o último peixe tiver morrido, vocês vão perceber que dinheiro não serve para comer

Índios do Canadá


estou convosco sempre, injusticiados do Mundo

Marília Gonçalves


No coração do trigo
há a mesa posta
com o sol ao postigo.



Marilia Gonçalves

HOMENAGEAR A MULHER PORTUGUESA






VAMOS ENCHER O COLISEU
(em 15 de Abril 2010 às 21H30)
e
HOMENAGEAR A MULHER PORTUGUESA

como prometido, segue o elenco da
Gala
"REPÚBLICA DE ABRIL"
(ver o Anexo)


reenviem aos vossos contactos

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Resistência é Possível




A Resistência é Possível





Cidadãos, Cidadãs
Chegado o momento de resistir activamente
Camponeses, Pescadores, Operários,
Estudantes, Desempregados, Reformados
Mulheres, Trabalhadores, Mães de Família

O poder do dinheiro, a Banca,o patronato, a Mundialização
têm-nos arrastado para a falta de Esperança e a muitos para a maior pobreza,
nao falo de miséria no que vos toca, porque quem tem a força produtiva nas maos,
nunca é miserável!
miseráveis são aqueles que tendo muito dinheiro, so o têm porque há quem produza, trabalhando, as riquezas que eles vão amealhando, enquanto baixam salários sempre que podem, despedem para procurar mão de obra mais barata, junto de povos ainda mais pobre e aflitos e infelizes.
A riqueza são as vossas mãos, (eles pouco ou nada sabem fazer com as mãos deles, a nao ser contar dinheiro e deitar contas a como ganhar mais ainda) o vosso esforço que a produzem
como paga, protegidos pelos governos, tiram direitos sociais!
e no entanto:
A força é vossa!
Para que a vida seja justa, para poder acreditar no Futuro, para poder deixar nossos filhos terem a infância que merecem
Para que todos nós tenhamos Direito à saúde e a um sistema social de saúde, que responda às necessidades de cada um...
é Urgente um sobressalto do povo, através dos sindicatos que o protegem, como ser útil e produtivo que é, através das organizações políticas que fazem o que dizem e nao vivem de falsas promessas

O povo precisa unir-se e organizar-se!

e a Vida será o que os trabalhadores quiserem que seja!
O sistema capitalista, além das injustiças sem fim com que alveja quem trabalha,
não tem resposta, para os problemas da própria TERRA, criados pela cobiça, pela vontade de ter sempre mais e de ser cada vez mais poderoso! São eles que sujam a TERRA, as Águas, o Ar que respiramos, com os sietemas inapropriados que criam para poder ganhar sempre mais!
Os capitalistas, os grandes financeiros apenas se preocupam com o lucro e estão persuadidos, que o dinheiro todo que têm , os põe ao abrigo de todos os desastres da TERRA?
Porque têm as melhores casas, mais bem construídas, com sistemas para sísmicos,
pensam poder escapar até aos tremores de terra, o que acontece ao povo em geral,
não lhes tira o sono nem o gosto pelas boas iguarias e banquetes!
Já chega!
O Povo trabalhador, em Portugal e pelo Mundo fora, tem que erguer-se nessa mesma certeza de ter a força em sua mão, e no número de pessoas que representam!
os ricos são muito poucos comparado com quem trabalha para eles.

Olhem o exemplo da Grécia!

é o exemplo a seguir! Quando o povo diz NÃO, a historia muda e o futuro transforma-se!
Queriam esses senhores fazer de nós escravos?

Pois nós vamos provar-lhes que seremos livres, fraternos, unidos, e alegres, porque a nossa alegria é boa e nunca esmaga ninguém!

De pé Amigos de Pé gente do Mundo do Trabalho!
Basta de sacrifícios, basta de promessas nunca cumpridas! basta de mentiras!
de Pé e a vida será a vida que sempre sonhámos!
para nós e para nossos filhos, familiares, amigos e colegas!
Protesto geral e activo
de Pé Povo de Portugal!

Marília Gonçalves


Testamento





poema feito a Meu Pai lutador antifascista e lido por mim em Homenagem ao Jornalista e Escritor Álvaro Morna

na Residência André Gouveia na Cidade Universitária em Paris




   Testamento

 

Lança as cinzas ao mar

ao Oceano

não nos fechem em mar

que tem fronteiras

nós queremos viajar

livres as cinzas

por nossas vidas

dantes prisioneiras.

 

Lança ao mar o sonho a percorrer

Nós  iremos espraiar em Portugal

nossas cinzas no mar, ainda a arder

hão-de voltar à praia de outro sal.

Sabem a lágrimas as cinzas em viagem

mas o sonho é sempre verdadeiro

se no exílio a voz foi de coragem

será heróico voltar  ao chão primeiro.

 

Lança no Atlântico o que resta

da força que nós fomos, mas vencida

veremos reflorir como giesta

em festões d’oiro a água conseguida.

Iremos semear o mar imenso

da esperança de não ter partido ainda

importante afinal é o começo

da sementeira agora pressentida.

 

Deixa ir sobre as águas azuis, verdes

a nossa fundura vertical

porque na água  estão as nossas sedes

de nunca ter deixado Portugal.

Se a história  se  escreveu no que passou

nas cinzas nosso corpo está  presente

o mar da Liberdade nos levou

no caminho sem fim da lusa gente.

 

Que as cinzas vão ardendo sobre o mar

em derradeiro grito à Liberdade

pois nós seremos livres de voltar

pela força do tempo e da vontade.

E se nossa viagem se prolonga

a abraçar países  infinitos

há-de chegar o dia em que se alonga

a saudade da terra dos proscritos.

 

Voltaremos então a Viriato

à Pátria  Lusa, em bandeiras de sol

o vento gravará  nosso retrato

na leve luz da tarde, ao arrebol,

seremos outra vez, voz portuguesa

a vir poisar numa canção sem fim

na noite ardente de cada rouxinol

nossas cinzas serão mais um jardim.


 Marilia Gonçalves