à tua memoria Pai
a quem tantas vezes ouvi este provérbio


Plantadores de Amanhã, Semeadores de Futuro


Oliveira, a de meu avô
; figueira
, a de meu pai; e vinha, a que eu puser.

Provérbio Português e a generosidade

Número total de visualizações de páginas

Mensagens populares

REPÚBLICA E DEMOCRACIA







Apelo aos colaboradores do Blogue



Amigas, Amigos

É preciso e urgente fazer avançar pelos caminhos da Liberdade e da verdadeira Democrecia os filhos e filhas de Portugal : o seu Povo na sua vida de Cidadãos, de Cidadãs, activos e participantes. Conto com a vossa amizade e colaboração, com vossos textos, filmes, fotos, esquemas, gráficos ou outros. A sensibilidade popular tem que despertar, por um Mundo Novo, por um Portugal Novo, Vamos olhar em frente. Que o passado seja apenas o trampolim para o Futuro



Marília Gonçalves


Avancem com os vossos textos Amigos
colaboradores do Blogue
com o abraço fraterno
Marilia


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Testamento





poema feito a Meu Pai lutador antifascista e lido por mim em Homenagem ao Jornalista e Escritor Álvaro Morna

na Residência André Gouveia na Cidade Universitária em Paris




   Testamento

 

Lança as cinzas ao mar

ao Oceano

não nos fechem em mar

que tem fronteiras

nós queremos viajar

livres as cinzas

por nossas vidas

dantes prisioneiras.

 

Lança ao mar o sonho a percorrer

Nós  iremos espraiar em Portugal

nossas cinzas no mar, ainda a arder

hão-de voltar à praia de outro sal.

Sabem a lágrimas as cinzas em viagem

mas o sonho é sempre verdadeiro

se no exílio a voz foi de coragem

será heróico voltar  ao chão primeiro.

 

Lança no Atlântico o que resta

da força que nós fomos, mas vencida

veremos reflorir como giesta

em festões d’oiro a água conseguida.

Iremos semear o mar imenso

da esperança de não ter partido ainda

importante afinal é o começo

da sementeira agora pressentida.

 

Deixa ir sobre as águas azuis, verdes

a nossa fundura vertical

porque na água  estão as nossas sedes

de nunca ter deixado Portugal.

Se a história  se  escreveu no que passou

nas cinzas nosso corpo está  presente

o mar da Liberdade nos levou

no caminho sem fim da lusa gente.

 

Que as cinzas vão ardendo sobre o mar

em derradeiro grito à Liberdade

pois nós seremos livres de voltar

pela força do tempo e da vontade.

E se nossa viagem se prolonga

a abraçar países  infinitos

há-de chegar o dia em que se alonga

a saudade da terra dos proscritos.

 

Voltaremos então a Viriato

à Pátria  Lusa, em bandeiras de sol

o vento gravará  nosso retrato

na leve luz da tarde, ao arrebol,

seremos outra vez, voz portuguesa

a vir poisar numa canção sem fim

na noite ardente de cada rouxinol

nossas cinzas serão mais um jardim.


 Marilia Gonçalves

Sem comentários: