A música dos versos
Neste tempo de guerra
Teria som de bombas
De escuras húmidas tumbas
catacumbas
onde o medo se esconde
da coragem da Paz
desaparecem brancas pombas
crucitam corvos
estoiram canhões
calam crianças
nem choro se escuta
apenas silêncios aflitos
ecoam como gritos
na consciência distante
troam bombas e canhões
em vez de irmãos há nações
interesses absurdos
de quem cala.
O ar exala
podridões.
Pétalas da primavera
Estão em cor
Mas não é o amor
Que nos prometem;
Lacuna na nossa sede
O nosso rumo
De nós se perde.
É do fundo do horror
Que nossas vozes
Hão-de surgir
Pra construir a flor
Embranquecendo a luz
Criando asas
Iluminando
Humanas alegrias
e as casas
e o som mudará
será aí
o fim de notas mortas
alegre sinfonia
a começar
mas como alcançaremos
a Paz?
virá o povo abrir as portas
que se fecham
como chegar à palavra
como conquistar a fala
como calar a metralha
e silenciar o ódio
como levantar searas
laranjais
e águas claras
risos de criança em bibe
noites de amor e volúpia
esquecido o cheiro da morte
quando os mortos permanecem
no lugar vazio à mesa
e nos nossos corações.
Como construir a Paz?
Marília Gonçalves
Neste tempo de guerra
Teria som de bombas
De escuras húmidas tumbas
catacumbas
onde o medo se esconde
da coragem da Paz
desaparecem brancas pombas
crucitam corvos
estoiram canhões
calam crianças
nem choro se escuta
apenas silêncios aflitos
ecoam como gritos
na consciência distante
troam bombas e canhões
em vez de irmãos há nações
interesses absurdos
de quem cala.
O ar exala
podridões.
Pétalas da primavera
Estão em cor
Mas não é o amor
Que nos prometem;
Lacuna na nossa sede
O nosso rumo
De nós se perde.
É do fundo do horror
Que nossas vozes
Hão-de surgir
Pra construir a flor
Embranquecendo a luz
Criando asas
Iluminando
Humanas alegrias
e as casas
e o som mudará
será aí
o fim de notas mortas
alegre sinfonia
a começar
mas como alcançaremos
a Paz?
virá o povo abrir as portas
que se fecham
como chegar à palavra
como conquistar a fala
como calar a metralha
e silenciar o ódio
como levantar searas
laranjais
e águas claras
risos de criança em bibe
noites de amor e volúpia
esquecido o cheiro da morte
quando os mortos permanecem
no lugar vazio à mesa
e nos nossos corações.
Como construir a Paz?
Marília Gonçalves
Sem comentários:
Enviar um comentário