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Provérbio Português e a generosidade

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Marilia


quinta-feira, 25 de março de 2010



O desprezo

Correia da Fonseca*




24.Mar.10 :: Colaboradores

“…Do que a televisão nos tem falado pouco, ou muito menos do que seria esperável em face do significado do acontecimento, é da visita a Israel de Joe Biden, vice-presidente dos Estados Unidos, e da efectiva provocação acontecida em Telavive precisamente quando ele ali chegou…”
http://www.odiario.info/wp-content/themes/default/images/raya_pret.gif

A televisão continua a falar-nos muito do Irão e do suposto perigo nuclear que ele constitui. E da Venezuela de Hugo Chavez. E de Cuba, mais dos 203 presos políticos que por lá existem segundo uma rigorosa contabilização que ameaça ir até às décimas. E da Grécia, sublinhando sempre que «ainda está pior que nós». De vez em quando também nos vem falando de Angola e dos capitais angolanos que estão e penetrar em importantes empresas portuguesas, o que parece ser uma grande falta de respeito, uma completa insensibilidade perante os limites que países africanos e ex-colonizados devem manter nas suas relações com os ex-colonizadores que são evidentemente de outro e melhor pano. A televisão fala-nos, pois, com maior ou menor abundância, de muitos e variados factos da vida internacional.

Do que a televisão nos tem falado pouco, ou muito menos do que seria esperável em face do significado do acontecimento, é da visita a Israel de Joe Biden, vice-presidente dos Estados Unidos, e da efectiva provocação acontecida em Telavive precisamente quando ele ali chegou: o anúncio oficial de que o governo de Israel decidira dar mais um passo no longo itinerário de factuais anexações de territórios palestinianos, sempre feitas em evidente infracção de todas as regras internacionais, de inúmeras decisões da ONU e, a julgar pelo que tem sido propalado nos últimos meses, da vontade da administração Obama.

É claro que a importância do facto decorre de constituir uma assumida posição de desprezo por um falado projecto de Barack Obama que visaria impor, finalmente, uma solução negociada para o chamado conflito do Médio Oriente, eufemismo correntemente usado para designar a permanente agressão de Israel ao povo palestiniano. O que Israel publicamente atirou à incomodada cara de Joe Biden foi que continuará a sua expansão de índole neonazi sobre territórios alheios e que se está nas tintas para a opinião do presidente dos Estados Unidos se, como consta, ele tiver sobre o caso opinião diferente. Não espanta que seja assim, o que pode espantar é que Obama tenha tido a ilusão de que as coisas poderiam decorrer de outro modo, se é que a teve.

Não é difícil saber que o lóbi sionista nos Estados Unidos tem mais poder efectivo que o presidente e, o que será talvez ainda mais decisivo, que o Estado de Israel é desde sempre uma firme testa-de-ponte norte-americana no Médio Oriente, estrategicamente encostada à mais importante zona petrolífera do mundo, e que os interesses do negócio do petróleo nem sequer parecem ter ouvido falar alguma vez de Direito Internacional ou coisa parecida.

Adaptando uma velha e conhecida frase há décadas proferida por um secretário de Estado norte-americano, poder-se-ia dizer que o que é bom para as empresas petrolíferas é bom para os Estados Unidos. E que, neste caso e em muitos outros, é péssimo para o mundo.

Admitamos, pois, que Obama foi ingénuo relativamente à política permanentemente agressiva de Israel, prosseguida ao abrigo do pretexto de que se trata de garantir a sua sobrevivência. Mas, além de ser ingénuo, será que Obama é também cego e surdo? Não vê reportagens indignantes que até compatriotas seus fazem das infâmias várias cometidas pelos israelitas? Não ouve dizer que Israel possui armas nucleares em infracção escandalosa de regras preconizadas pela «comunidade internacional», essa entidade tão frequentemente invocada quando se trata de açular a opinião pública contra o Irão? Não desconfiará sequer de que, na hipótese que apesar de tudo lhe será mais lisonjeira, está a ser usado como marca de uma publicidade enganosa ao serviço da venda de beberagens tóxicas com a etiqueta de bálsamos saudáveis?

E uma outra pergunta que de momento pode ser a última: será que nós, telespectadores, não vamos perceber que ao minimizar notícias das acções criminosas de Israel e do ostensivo desprezo israelita por tudo quanto é desejável e respeitável está a TV a cumpliciar-se por encobrimento com os crimes praticados?

* Correia da Fonseca é amigo e colaborador de odiario.info

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